domingo, 28 de novembro de 2010

we all have issues

A Cherrie Currie era uma menina bem comportada. Gira, muito gira. Com uma sensualidade atípica para os seus 15 anos.
O pai, alcoólico, faltou ao seu dia de anos. Não comeu a fatia de bolo que guardava ansiosamente, a melhor, a que tinha escrito o seu nome.
A rebeldia proeminente foi descoberta numa noite por um produtor e a Joan Jett.
Quem não se apaixonaria por aquela atitude, que tanto tinha de anjo como de traquina. Fã incondicional de David Bowie, copiava-lhe o look com uma raça digna de Diva. Agarrou-se às drogas como em tempos à saia da mãe, uma actriz suburbana. No primeiro tour, nasceu uma toxicodependente, ávida por uma realidade alternativa aos trabalhos temporários que queriam desenhar o seu futuro. Aquela menina tão inocente já não vivia sem um cheiro. Deixou a música para deixar a droga.
A sensação de perigo iminente no filme é palpável. Ninguém com 16 anos e aqueles problemas sabe como falar sobre eles. Sabe escondê-los, embebedá-los, destrui-los. Deixou um olhar pesado, uma alma amassada.
E o outro dizia, isto é que é rock&roll. Se calhar tem razão. É mais glamoroso dizer que somos perseguidos por estrelas de rock, que por demónios.




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