Ela tem muito do que sonhei. Cores que se reinventam a cada momento. Eu e ela criamos numa cumplicidade extrema uma imagem nem sempre perfeita, mas com desejo a cada pincelada. Há qualquer coisa na forma como me toca, que me arrepia da cabeça aos pés. Sei que a nossa relação é verdinha, mas os pilares estão a formar-se. E vejo-os crescer tranquilamente. Sem pretensões, sem certezas, mas com muita vontade. Hoje passei a mão na sua pele. Há algo de muito sensual na maneira como insiste em ficar nas minhas mãos. Ainda não lhe vi limites. Faz-me esquecer do mundo, juntas formamos uma bolha. Entendemo-nos tão bem. Estamos naquela fase de descoberta em que tudo é mágico. Eu sei que me vou chatear com ela mais cedo ou mais tarde, mas não me quero esquecer dos momentos em que não há espaço entre nós.
Leio e escrevo sobre ela. Sonho e imagino o que podemos fazer juntas. De vez em quando vejo alguma coisa que sei que vai gostar. Quando não posso comprar, mostro-lhe. Ela sente como eu estou e representa-o infalivelmente. Posso estar em silêncio, percebe na mesma.
Chama-se Pintura.
Descobri hoje. Quando não me respondeu como eu queria, ou gostava, e fiquei triste. Sinto falta dela e não sabia. Distraio-me com isto e aquilo que a morte da bezerra me traz. Mas agora que sei, vai ser diferente. Agora estamos juntas na luta.
Desconfio que nem sempre lhe sou fiel. Porque a primeira coisa que quis fazer quando a deixei hoje, foi escrever. Afinal é o Marco Paulo que me percebe.
Esta foi a minha quarta aula de pintura.
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Vêem? Eu disse que ela falava comigo. |
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