quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Crónica do Coração #3

Clear!
Piiiiiiiiii
Clear!
Pi pi pi pi
Boa. Funciona. Ufa, às vezes parece que não.
Tenho ouvido algumas histórias. De quem num acto de coragem ou desespero resolve contar. Umas felizes, outras nem tanto. No fim de quase todas chega-se à conclusão que o mundo está de pernas para o ar e que hoje em dia não vale a pena isto aquilo e o outro. Também se discute fidelidade, ao mesmo tempo que se diz que está "toda a gente" a casar. Neste caso, penso ser uma questão geracional e que de facto chega a altura em que parece que o mundo inteiro se uniu para nos tramar. Ah não, isso é Rui Veloso.
O meu lado mais cínico, diz que é preciso ter cuidado porque anda para aí uma grande crise de valores. Pelo que tenho visto, os que vingam são o egoísmo e o amigo "cada um por si".
Mas eu, mas eu, não gosto do mundo assim. Há um lado muito forte, de uma inocência e uma esperança que teimam em vir ao de cima. Não é por falta de "porrada emocional", como gosta de dizer a Joana. Desconfio que possa ser uma romântica incurável. Desconfio só. E dizer isto, desperta em mim uma série de vómitos incontroláveis. Não é esquizofrenia. E se é, não estou sozinha. Os Phoenix explicam este fenómeno "So sentimental, not sentimental no, romantic not disgusting yet". Admito a hipótese de ser medo, de me defender dizendo o contrário do que sinto. Perante o abismo, aquele que é mesmo preciso saltar. Quando estou quase a chegar recuo, com o lado racional a mil.
Acredito na analogia do abismo, tal como da aposta mais alta. Quando o risco é grande e anda de mãos dadas com a improbabilidade, então é mesmo aí que vale a pena. É o tipo de amor que nos pode mudar.
A verdade é, eu ainda acredito em grandes paixões, em grandes amores e nas atitudes incrivelmente românticas que ainda estão por contar. E não me interessa muito a conjuntura, a crise, o já não se escrevem cartas de amor como antigamente. Acho que é preciso resgastar a magia do cavalheirismo, do cortejar, de acompanhar a senhora à porta de casa e dar um beijinho na mão.


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