quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A minha primeira aula de Pintura

Entrei 10 minutos atrasada. Perguntei timidamente àquele que achei ser o Professor o que devia fazer. Menos mal, acertei mesmo no Professor, quer dizer que era ele. Respondeu-me prontamente que os cavaletes estavam à direita e que arranjasse um espaço e montasse o estaminé.
Na altura não o fiz, mas agora é mesmo necessário um rewind. Foi a minha primeira aula de Pintura, é uma possível paixão e não tenho qualquer formação na área, só mesmo a educacional pelos meus paizinhos e um curso em Comunicação.
Voltando ao tempo normal. Fui buscar o cavalete, um qualquer porque sinceramente não sei se existem grandes diferenças entre eles, vi que estavam todos igualmente sujos e peguei no mais seguro. Tive receio de replicar o efeito dominó logo ali na apresentação.
Ok, agora era altura de arranjar o tal espacinho. Felizmente havia um mais atrás e lá fui eu com o meu saquinho (ainda não tenho pasta croma de pintor) arranjar uma cadeira. Havia pessoas a pintarem de pé, mas achei que seria presunçoso para alguém que até em escolher um cavalete teve dúvidas.
Esperei e lá apareceu o professor. "Pronto agora é desenhar com o carvão vegetal, aquele objecto." Espera aí... na primeira aula vou desenhar um objecto - digo objecto porque até agora continuo sem saber o que era, qualquer coisa com 3 rodas, meio enferrujado e grande - assim a seco? Nem fala comigo primeiro, pergunta o meu nome, leva-me a jantar e finge estar muito interessado no meu Futuro? Enfim, ossos do ofício da loucura de me mandar para cenas assim de cabeça. Lá estava eu a tentar não fazer má figura, eu sei que não interessa nada, mas depois do cigarro que fumei com um miúdo que queria ser pintor e para além de me tratar por você, fez questão de me contar que quase toda a gente da turma era licenciada em Arquitectura ou em Belas Artes, Artes plásticas, tive de me esforçar.
"Pronto, agora peguem na Terebentina e numa cor e começem a preencher o desenho" wtf is Terebentina? - pensei eu. Ainda bem que o Professor disse primeiro, porque o meu frasco está em inglês e eu teria-me saído com Turpentine e depois não havia curso de Arquitectura que me safasse. Lá fui eu preencher a tela com todas estas palavras novas que aprendi.
O resultado não foi óptimo, se calhar alguém o verá daqui a 10 anos (e ainda tenho de negociar bem), mas descansou-me saber que no resto das aulas vamos usar Papel Cavalinho. Até porque faz-me lembrar as aulas de Educação Visual e eu na altura era pequenita não muito inconsciente mais bem mais feliz e contente. Aguardo ansiosamente os flashbacks adolescentes.

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