quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

encanta-me

Isto de pensar de manhã está a tornar-se um hábito. Hoje às 09.00, enquanto passava a última mecha de cabelo pelo babyliss (melhor marca das pranchinhas para esticar o cabelo, que tal como a Gillette apoderou-se do nome do produto) comecei a pensar nas voltas que o mundo dá, não cientificamente claro, eram 9 da manhã porra. Em como as relações mudam.
A relação com a casa onde se vive. Também tem fases, como as outras. Na primeira semana abri a porta com insegurança, entusiasmo e algum medo até. Quase como as crianças que se assustam com o "cu cu" escondido pelas mãos na cara. O nervoso na barriga, tanta coisa para fazer num tempo que parece sempre pouco. Depois a novidade acaba por se transformar em rotina. Assim quase mecânica.
Estou há cerca de ano e meio nesta casa e por lá já passou o fim do mundo, o vizinho que tentou treinar um papagaio e desistiu uma semana depois, o senhor do andar de cima que toca piano aos sábados (eu acho que é um, a F. acha que é uma vizinha), a amostrinha de gente do andar de baixo que pede para tirarmos os "saltinhos" quando chegamos a casa, porque segundo ele até à meia noite é um forró de toc-toc, o que é delírio do senhor logicamente. Berraria, calmaria, o monstro de Lockness da casa de banho que lança um dos seus grunhidos de vez em quando (quando temos convidados e ele decide saudar-nos com a sua presença, explicamos que é normal. Toda a gente sabe que nas casas antigas vivem monstrinhos nos canos). Cascatas na marquise, voyerismo das pessoas da empresa em frente e a senhora assustadora dos quartos coloridos que passa à frente dos cortinados rendados da sala, como se não tocasse com os pés no chão. Relações minhas que nasceram e morreram nesta casa. Hoje, é para lá que corro quando me sinto mal cá fora.
Já re-conheço os cantos à casa.




E por falar em cantos, há esquinas que me encantam.

1 comentário:

  1. Que grandes corners, pá! beijinhos, Jessica! E muitos corners para ti também!

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