segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

ponho asteristicos porque sou bem-educada

Não tenho absolutamente nada de interessante para contar. Não vou mudar de emprego, não fiz um corte radical que me faz sentir como nova, não vou ter de começar a acordar mais cedo para apanhar a carreira até Santa C**a dos Assobios nem nada. Mas se fossem esses os casos, estaria com certeza com um nózinho na garganta e o estômago às voltas. Ufa. Ainda bem.
O melhor mesmo é estar tudo na mesma, já nos habituámos e coiso. Refilamos quase sempre aos mesmos dias ou até quarta-feira garantidamente, e sabemos que podemos contar com o conforto da infelicidade.
Isso de ser feliz dá muito trabalho. É preciso mudar rotinas, sair da zona de conforto e abraçar o que me parece sempre uma midlife crisis. As repentinas vontades de começar a fazer bungee-jumping, falar mais com as pessoas e os saltinhos de alegria à Singing in the rain. O Woody Allen tem uma cena dessas no Ana e as Irmãs quando descobre que não nem um tumor na carola. Começa a correr desenfreadamente pela rua fora e às páginas tantas tem uma epifania, 'então mas se a morte é a única coisa garantida, não será irrelevante tudo o que acontece até lá?' Wow, não sei :) Mas ainda hoje ouvi um anúncio na rádio que já não me lembra do produto, mas que me soube bem pela fresca, "se só tem uma garantia na vida, mude para bla bla bla e ganhe mais uma!" Ah a magia do sentido de oportunidade. Ou então, ou então, ouvir sobre todas as senhoras mortas há c*****s, o estado miserável do Sporting e a ausência de situação económica do nosso País. Ah Coisa boa. Devia haver claramente um maior rigor na selecção de anúncios à segunda-feira.
Majolhem a infelicidade é que é fixe, é garantida. Ser feliz é radical demais, viver assim no limbo, caramba. Oh pá, ainda bem que sou portuguesa e toco no fundo do poço em menos de nada :)

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