Eram 11h30 e já andava de microfone em punho. Naturalidade, naturalidade, repetia tipo mantra. O guião foi criado por nós, guião... *cof cof*...muito improviso e desenmerdanço. Isto de pedirem assim do pé para a mão para ingressar na carreira de jornalismo do entretém, não espera outra coisa.
Estava tudo a correr lindamente, "brifava" os meus entrevistados antes de ligar a câmara, com toda a segurança (err). Salvei um senhor de um colapso nervoso até. Disse-me que não estava habituado a estas situações, mas descansei-o "deixe lá, isto só custam as primeiras vezes". Eu, pivot de horário nobre e grandes entrevistas da vida. O senhor acalmou, mas depois da entrevista, sempre que passava por mim levava com um "acha que correu bem? notou-se o nervoso na voz?". Eu queria dizer "Oh homem correu bem, esteve para lá de espectacular", mas já tinha no repeat "esteve muito bem, não se preocupe".
Nestas alturas desce sobre mim uma qualquer entidade paranormal e toma conta de todas as minhas acções. Só pode.
Ninguém à minha volta sabe, mas nos meus diálogos internos a coisa descamba. Penso, não sejas ridicula toda a gente está a ver que não sabes o que dizes mas como são bem educados não te atiram isso à cara. Vê-se a milhas que és rookie e quando viras as costas as pessoas riem-se e apontam com o dedo e tudo. Mas vá... agora que estás aqui desenrasca-te.
Tive de dizer algumas vezes que não era o Fama Show (enquanto os meus diálogos internos chicoteava-me por alguém por essa hipótese. Estou a fazer um ar fútil, só pode. Estou com cara de burra, bolas), nem era para a TVI. Vai passar na net, no facebook e já vais com muita sorte.
É engraçado estar deste lado e ver a reacção das pessoas à câmara e ao microfone. Enquanto há umas que são atraídas como se aquilo tivesse mel, há outras para as quais é kryptonite.
Deste lado posso dizer que a verdade é que o microfone dá uma sensação de poder do caraças.
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