terça-feira, 22 de março de 2011

o primeiro e o último post

Daqui a 5min já não vou ser a mesma. Os demónios insistem em perseguir-me, lado a lado com os fantasmas emocionais que confundem o passado com o presente. E hoje decidi crescer. Que já chega de velhos padrões dos quais raramente lembro a origem. Como os sonhos. Inconsequentes, mas dos quais podemos acordar. Na vida dita real isso nem sempre acontece. A única maneira é acordar para uma nova história, e é aí que estou hoje. Porque não quero os meus fantasmas a atormentar quem gosto. De quem eu gosto muito. Em última instância, eu. A embriaguez que os padrões provocam, como se não conseguíssemos ver o ciclo a acontecer à nossa frente, magoam e destroem muito. E isso é o que se vê quando a tempestade já passou. E isso, também já chega. Vou fazê-lo por mim, mas se alguém conhecer algum tipo de tecnologia que me ajude, digam-me. Boletins metereológicos e monitorização de catástrofes, não vale de muito como temos visto. Ainda estou à espera que chova da parte da tarde.
A quem chame loucos aos loucos, eu chamo-lhes iguais. Eles não querem ser loucos, só não conhecem outra forma de ser. E depois há os loucos com a sorte ou azar de viverem com lucidez. Prefiro achar que é sorte porque a loucura não se escolhe, a lucidez é uma benção.
Com isto, este blog acaba, porque já não sou quem era quando o comecei. A dualidade chegou ao limite e eu não quero ir com ela. A Jessica, alter ego de há vários anos, está no sitio dela.
E passaram os 5min. Talvez me encontrem por aí, noutro blog. Com a nova "cara".

terça-feira, 8 de março de 2011

os homens, mais coisa menos coisa

- fazem chichi de pé e isso é muito fixe
- se dizem palavrões é cool, se não dizem não é
- conseguem adormecer logo a seguir
- cheiram pior que nós
- mesmo depois dos 12, continuam a brincar
- ficam felizes com cerveja e mamocas
- quando gostam de uma menina ficam envergonhados e derrubam copos
- gostam muito de futebol ou então de carros, uma das duas é certo
- a maior parte sonha em ser uma estrela de rock 'n' roll
- não gostam de falar ao telefone
- são desarrumados
- gostam de discutir mas não gostam de falar
- sabem abrir frascos
- gostam muito de carne
- mentem e acham que não se nota
- têm vergonha de entrar em lojas de lingerie
- gostam de competir em tudo
- uns gostam de andar à pancada, outros só de ver
- não sabem muito bem lidar com amigas
- gostam muito do sofá
- os conhecimentos de cozinha alternam entre congelados e pronto-a-comer
- dizem que gostam de mulheres independentes mas longe
- não gostam do barulho do secador e da lima nas unhas
- acham que romance é deixar a namorada cozinhar

sexta-feira, 4 de março de 2011

quinta-feira, 3 de março de 2011

músicas preferidas de todó sempre | the stranger song

o que me interessa dos Óscares

Enquanto almoçava - à pressa - fiz-me acompanhar de uma leitura, à pressa a.k.a. o Metro.
Deliciei-me mais com isto do que com a tarde de maçã que me venderam como fantástica. Fantasticamente mal cozida. Amadores.



Joan Collins
Durante a cerimónia dos Óscares a actriz, de 77 anos, teve de ser levada para o hospital: tudo porque o vestido que escolheu para a gala era muito apertado e começou a sentir-se mal, com falta de ar. Apesar de tudo, está bem.
in Top/Flop, Jornal Metro e aqui







Firth esqueceu Óscar no WC
A noite da festa dos Óscares foi longa e de fesra para o vencedor do Óscar para Melhor Actor, Colin Firth. Durante uma das festas, o actor esqueceu-se da estatueta dourada numa das casas de banho. Conta o The Mirror que um dos convidados encontrou o prémio e que o devolveu.
in Metro e mais aqui















Os temas são dignos de primeira página, o jornal Metro, o TVI24 e o "Apesar de tudo, está bem", também.

trai o meu PC

Eu não queria comprar esta guerra. Não quero ser dos mac's ou dos pc's.
Nem sempre querer é poder. Vejo-me forçada a esta relação com o PC.
Conheço-o há mais tempo que o Mac, sei as suas manhas. Habituei-me a passar o dia com ele.
Mas agora apareceu o Mac.
E ele é tão rápido, tão envolvente, tão suave.
E é sempre à noite que ele aparece, o malandro.

quarta-feira, 2 de março de 2011

músicas preferidas de todó sempre | glory box

Eu vou tentar, vou fazer tudo por tudo por chegar, à loucura. E tu, tu nunca podes deixar.

esta geração não tem espírito de sacrifício

O assunto não é novo, há quem cante e organize até manif's à volta dele. Falava hoje ao almoço da situação de desemprego de amigos mais chegados e algumas histórias de sucesso profissional. Realmente existem os estágios não remunerados, os trabalhos mal pagos e a ausência de horários. Penso que em menor número do que hoje em dia, mas sempre existiram situações dessas. As razões variavam provavelmente entre um azar do caraças e os preguiçosos que se deixavam arrastar sem ambição.
Quem não pode escolher o curso que quer e tem de colar selos o dia todo, porque já o pai e o avô e geração em diante o faziam, não é o problema. Se estiver feliz a colar selos, tem uma sorte dos diabos. O problema existe, se for ambicioso. Nós por cá, bolsas de estudo é para quem pode ou para quem está disposto a esperar sentado. Se quiser estudar e trabalhar em Lisboa, tem aquele programa fantástico do Porta 65. Com um processo de recrutamento exemplar, burocracia à maneira e mais umas quantas pérolas no atendimento. Tão bom, tão bom que desisti a meio.

E mesmo que não queira, e olhem que estive todo o parágrafo em cima a evitar este, não resisto em falar de como são as coisas "lá fora". É que basta dar um pulinho à Holanda vá, para deslumbrar uma catrefada de bolsas e projectos com o apoio do Estado para os jovens. Para não falar da Alemanha e das ajudas de custo a mães-solteiras que querem estudar, por exemplo. Podíamos seguir estes exemplos e fazer um programa "Vá para Fora cá dentro" aplicado ao Ensino e não ao Turismo. Como que um simulador profissional ao invés da Expo Emprego ali do Parque das Nações. Fingíamos que existiam bolsas de jeito em Coimbra que seria como que uma Amesterdão. Para ir a Londres estudar música, bastava apanhar o comboio para Oeiras (toda a gente sabe que as boas bandas de garagem nascem quase todas em Oeiras). Um estágio em Almada seria tal e qual viver em Sarajevo. E por aí afora.

Portantos que uma oportunidade dada a uma pessoa que queria ser outra coisa, é provavelmente mais valorizada que o curso de Gestão que o senhor director do Banco XPTO dá ao seu filho. Filho este que quererá fazer Erasmus no Brasil e usar o Leonardo Da Vinci para estagiar em Milão ou Londres. Os pais valorizam a experiência de vida, os filhos as caipirinhas e os bailes funk. Entretanto fez os 3 anos de curso e com uma grande vontade de aprender, faz mais um para ser Mestre e mais uns 2 para ter uma pós-graduação. Com isto já cantam uns 27 aninhos e a comida na mesa todas as noites que a rica mãezinha lhe prepara porque "coitadinho" estuda tanto. E trabalhar? Para ganhar algum brio, quem sabe. Épá não, tinha de ser um part-time e quem serve à mesa é a Maria lá em casa. E sai mais um Principezinho.

Moral da história: Não custa afectar quem não merece, os que gostam de trabalhar e que fazem para manter a sua independência é que sofrem os danos colaterais desta molenguice.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

a raça masculina, mais coisa menos coisa

abençoada loucura

As crianças são sem sombra de dúvida, melhores que nós. Nós os adultos, chatos nas horas e com falta de perspectiva em quase tudo, parece que quando crescemos, perdemos toda a capacidade de desvalorizar o que não é importante. Se uma criança não gosta de uma pessoa, não está com ela. Se gosta, está sem medos e tretas convencionais, está porque sim. Não tem grande ideia do passado e muito menos do futuro, vive o presente. Tal e qual os monges zen de 70 anos. Engraçado tudo o que vamos desaprendendo. Sentada à mesa com os meus 3 sobrinhos - 2 rapazes, um com 9 outro com 7 e uma catraia de 5 anos com mau feitio - delicei-me com a simplicidade com que vivem. Alguém deu um pum, que eu não ouvi, e partiram-se todos a rir. Contei-lhes que na minha altura, quando queríamos saber quem tinha sido diziamos "quem foi tem as mãos amarelas". Como sabemos, nem sempre era a pessoa que tinha dado que ia ver, mas a curiosidade tem destas coisas.
Não quero entrar num idealismo exagerado, até porque hoje é segunda-feira e estou com um mau humor maior que o habitual. A idade adulta também tem as suas coisas boas. Como o vinho e as casas de strip. Ou então a paciência, que é uma das grandes virtudes da idade, amén. Dizem.
Dançar Hannah Montana na minha sala, num sábado à noite com bolhas de sabão a fazer o decor e hoje estar chateada no escritório, mostra-me claramente a minha falta de perspectiva. Acho que tirando o mau feitio e as birras ocasionais, de criança já só me resta a estupidez.

músicas preferidas de todó sempre | runaway

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

eu tenho momentos

Tenho momentos de uma absoluta destruição mental. Há quem lhe chame de loucura. Eu acho que são momentos só. Consigo mesmo sentir-me cansada de mim própria e chegar a observar-me como faço às pessoas que não gosto. Que são quase todas, porque não gosto muito de pessoas. Há quem lhes chame de acessos também, eu prefiro pensar que são momentos. E porquê? Porque os momentos têm a mística de passar rapidamente sem darmos por eles. Como se o mundo parasse sem ninguém nos avisar e estamos ali virgens de tudo. E pronto, quando tenho os meus momentos, também entro em transe e é uma sorte alguém sobreviver, incluindo eu.
Uma vez lembro-me de olhar para a mão e ter uma data de cabelos loiros na mão. Corta para uma miúda histérica a chorar no chão. Assustei-me porque não sabia o que se tinha passado. Estava tudo a olhar para mim. Quando vejo para a minha Barbie Escritório sem cabeça, o corpo riscado e mutilado atirado na relva, tudo fez sentido e em flashback. A cabra tinha estragado a minha Barbie preferida e ainda estava a fazer birrinha. Andava há semanas a ameaçar fazer aquilo se eu não fizesse parte do grupo dela. Eu achava-as chatas e não queria que fossem minhas amigas.
Enfim, nunca achei justa a suspensão que me deram nem o facto de ter perdido os poucos amigos que tinha na escola. Eu expliquei à professora que era boneca que eu mais gostava, que a gaja loira estava sempre a chatear-me e que no âmbito geral não apreciava muito o ser humano. Ela achou que eu era louca, eu disse-lhe que tinha momentos. Porra, era a Barbie Escritório.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

uma composição sobre elogios

Há uma coisa engraçada nos elogios. É que não sei lidar com eles. Tirando o "oh boa" que respondo "p'ró c*****o", quando me elogiam sinto necessidade em ficar calada por uns minutos. Primeiras, para apreciar correctamente e aos pois para saber o que dizer a seguir. Quando é "tu também" não há problema. Caso contrário há que ter atenção ao ego alheio e preparar uma resposta sincera mas polite. Às vezes isto também me acontece quando gosto de alguém também, tenho alguma necessidade de me afastar para curtir o momento. E eu sou miope, até deveria ser o contrário. Mas é a mais pura das verdades. Gosto muito daquele gostar em que há tranquilidade quando se está longe da outra pessoa. Não é de agora que digo que não gosto muito de pessoas, mas quando se trata de namorados e isso que me dão sexo quando quero, é diferente. Não é o mesmo "longe" que gosto de estar dos outros mortais, a tal distância de segurança ou espaço interpessoal. É um longe "anda cá" :)


Fortunately, I'm Flawless...
see more Lol Celebs

ponho asteristicos porque sou bem-educada

Não tenho absolutamente nada de interessante para contar. Não vou mudar de emprego, não fiz um corte radical que me faz sentir como nova, não vou ter de começar a acordar mais cedo para apanhar a carreira até Santa C**a dos Assobios nem nada. Mas se fossem esses os casos, estaria com certeza com um nózinho na garganta e o estômago às voltas. Ufa. Ainda bem.
O melhor mesmo é estar tudo na mesma, já nos habituámos e coiso. Refilamos quase sempre aos mesmos dias ou até quarta-feira garantidamente, e sabemos que podemos contar com o conforto da infelicidade.
Isso de ser feliz dá muito trabalho. É preciso mudar rotinas, sair da zona de conforto e abraçar o que me parece sempre uma midlife crisis. As repentinas vontades de começar a fazer bungee-jumping, falar mais com as pessoas e os saltinhos de alegria à Singing in the rain. O Woody Allen tem uma cena dessas no Ana e as Irmãs quando descobre que não nem um tumor na carola. Começa a correr desenfreadamente pela rua fora e às páginas tantas tem uma epifania, 'então mas se a morte é a única coisa garantida, não será irrelevante tudo o que acontece até lá?' Wow, não sei :) Mas ainda hoje ouvi um anúncio na rádio que já não me lembra do produto, mas que me soube bem pela fresca, "se só tem uma garantia na vida, mude para bla bla bla e ganhe mais uma!" Ah a magia do sentido de oportunidade. Ou então, ou então, ouvir sobre todas as senhoras mortas há c*****s, o estado miserável do Sporting e a ausência de situação económica do nosso País. Ah Coisa boa. Devia haver claramente um maior rigor na selecção de anúncios à segunda-feira.
Majolhem a infelicidade é que é fixe, é garantida. Ser feliz é radical demais, viver assim no limbo, caramba. Oh pá, ainda bem que sou portuguesa e toco no fundo do poço em menos de nada :)